21 de jul. de 2011

A Bela e Fera

Continuamos a nossa dança.

A Ostra e o Vento 

Chico Buarque

Vai a onda
Vem a nuvem
Cai a folha
Quem sopra meu nome?
Raia o dia
Tem sereno
O pai ralha
Meu bem trouxe um perfume?
O meu amigo secreto
Põe meu coração a balançar
Pai, o tempo está virando
Pai, me deixa respirar o vento
Vento
Nem um barco
Nem um peixe
Cai a tarde
Quem sabe meu nome?
Paisagem
Ninguém se mexe
Paira o sol
Meu bem terá ciúme?
Meu namorado erradio
Sai de déu em déu a me buscar
Pai, olha que o tempo vira
Pai, me deixa caminhar ao vento
Vento
Se o mar tem o coral
A estrela, o caramujo
Um galeão no lodo
Jogada num quintal
Enxuta, a concha guarda o mar
No seu estojo
Ai, meu amor para sempre
Nunca me conceda descansar
Pai, o tempo vai virar
Meu pai, deixa me carregar o vento
Vento
Vento, vento

30 de abr. de 2011

Começou a dança,

E nesta ciranda de menina-mulher, uma explosão de vermelho brinca com os brancos, beija todos os negros, e todas as Brancas (em cada uma de suas fases) nos torna mais coloridas.
E o mistério estará sempre lá, feminina, menina, em todo lugar.

Foi muito bom compartilhar com cada uma de vocês esse Ciclo!
Nos vemos em junho!!


28 de abr. de 2011

A cada uma que está começando esse Ciclo.


Bem vinda ao CICLO que agora se inicia.
Você é única, e por isso a sua presença traz a este grupo uma cor especial.
Que bom que você está aqui.
O nosso carinho,
Lidia  e Roberta


19 de mar. de 2011

O Ciclo do Feminino - Curso

 A lua tem seus ciclos que renovam e inovam a cada um deles. A lua se permite minguar. Recolhe-se para se tornar nova. Cresce, aparece e brilha cheia e esplendorosa. Assim, somos nós, mulheres cíclicas que como a lua, renovamo-nos constantemente!

Vivemos diferentes papeis sociais. Somos filhas, mães, esposas, donas de casa, profissionais, em um mundo que nos cobra cada vez mais a perfeição. Será que temos tempos de olhar e escutar nossos próprios ciclos internos?

Convidamos você a mergulhar conosco no Ciclo do Feminino para um encontro simbólico, com arquétipos femininos, para vivenciarmos os ritos esquecidos propiciando uma religação com sagrado em nós.





Para maiores informações - acordalua@gmail.com


14 de mar. de 2011

Géia

Caribé

Eu, Géia, tão totalmente grávida, transbordando meus rios, no romper da bolsa, hora do parto. Leite e sangue alimentando a terra. Parindo, parindo, terna e eterna. O impulso da vida fazendo brotar o que já é.

Eu Géia, grávida de tudo que ainda não pude parir. A certeza veio e se derramou da minha boca em cascatas de alívio e plenitude. E agora já não contenho o fluir das minhas águas. Êxtase criativo.



                                                                                                                                                                                     


*Géia Gaia, Gea ou Gê, a deusa Mãe uma das primeiras divindades a habitar o olimpo. É Terra elemento primordial e  de uma imensa potencialidade geradora. O feminino  terra, natureza - a Grande Mãe, que acolhe, 
gesta, nutre, proporciona vida e forma crescimento, cuidado e  fertilidade.


Lídia & Roberta.

Como a Geia  se manifesta em você?  Você percebe a presença desse arquétipo atuando em sua vida? 

Deixe seu comentário



10 de mar. de 2011

Falando em arquétipo - 10 de março!



Hoje, se comemora a antiga deusa arcaica, que representa a eterna renovação da vida, que antigamente era representado pelo feminino nas suas formas de deusas tríplices. Entre elas a Deusa Al-Lat.

Celebração de Al-Lat, Elath ou Aliat, a deus árabe representando a criação da Terra. Antigamente, Al Lat era reverenciada em Meca sob a forma de um grande bloco de granito. Mulheres nuas dançavam ao redor da pedra invocando a "Senhora" e pedindo-lhe proteção e abundância. Os juramentos eram feitos em seu nome pois, como a Terra, ela era eterna e indestrutível.

Al-Lat é uma deusa  antiga, fazendo parte de uma tríade de deusas do deserto composta por Al Uzza e Menat. Al- Lat representava a terra, a frutificação e a procriação humana e animal. Al Uzza era a deusa virgem e Menat era a força do destino, a anciã senhora do tempo e da morte. O culto a Al-Lat foi abolido por Maomé, que transformou a deusa no deus Allah.

Fonte: O anuário da Grande Mãe - Mirella Faur

arquétipo* esta presente no humano, homem e mulher,  têm em si todos os temas. 
Como a Deusa Al-lat  se manifesta em você?  Você percebe a presença desse arquétipo atuando em sua vida? 
Deixe o seu comentário!!


* O termo arquétipo é originário do grego archétypos, sendo que arché quer dizer princípio, origem, causa primordial; typos significa marca, forma. Ou seja, nossa vida psíquica é regida por princípios inerentes à própria natureza da psique (Boaventure, apud Harding 1985).


 "Os arquétipos não são apenas impregnações de experiências típicas, incessantemente repetidas, mas também se comportam empiricamente como forças ou tendências à repetição das mesmas experiências. Cada vez que um arquétipo aparece em sonho, na fantasia ou na vida, ele traz consigo uma “influência” específica ou uma força que lhe confere um efeito numinoso e fascinante ou impele à ação" (JUNG, 1942, parág. 109)




Roberta Mascarenhas

8 de mar. de 2011

ACORDA LUA!

Acorda Lua!

                                             (Lídia Dantas)



Te despes dos teus véus
e te mostras nua,
no teu despudor não revelado.
A tua cor é minha corda,
a minha guia;
me conduz de mim para mim.
E num acorde perfeito dás o tom.
Sabes de cor todos os ritmos das minhas marés.
Eu, água de muitos fluxos.
Eu, Géia de muitas águas.
És meu ventre
num ondular de tantas fases,
parindo vida, sangrando na terra,
morrendo tão negra, nascendo menina,
tão branca, com sede de cores,
que ao se esconder (se) revela
a cor da Lua.







Nossa História

Tenho quase certeza que tudo começou com Lilith. Digo quase, porque você sabe estas coisas da Lua nunca podem ser muito exatas, apesar de um aparente ciclo perfeito de setes que se sucedem aos setes, numa linda espiral infinita, de repente já virou um oito. Por isso, posso afirmar que nestas coisas de Lua, todo o cuidado é pouco com afirmações exatas e concretas, pois seus caminhos são cheios de ondulações e curvas, e sua história está escrita no seu corpo, redonda como quadris, seios e coxas.
Por isso não posso afirmar com certeza que tudo começou com Lilith. Ou, talvez, pensando melhor, tudo tenha começado muito, muito tempo antes, e a idéia já brincasse no pensamento do Criador, nutrida no ventre da Mãe Eterna, antes de se tornar Verbo. E mal sabíamos que tudo já existia, antes mesmo de existirmos.

Mas seja como for, Lilith, também chamada a Lua Negra, queria retomar suas cores e nos impôs, arquetipicamente, a missão (que já nos pertencia atavicamente) de sermos porta-vozes da sua vontade: Ser resgatada do Mar Vermelho, com todos os direitos restituídos, inclusive o de estar plena de desejo, tão cheia de saliva e sangue, com todos os seus tons de vermelho, e fazer parte da inteireza de ser Lua; até mesmo do ser branca Lua menina, sem perder os privilégios da sua face oculta, a face negra, temida pelos que temem os mistérios. Mal sabendo eles, que o mistério maior está no fato de existir, produto alquímico de um ser que assa no forno do útero um novo ser. E aí está você (e eu)  o maior mistério da vida.
Louca Lilith, cansada de esperar que acordássemos para o que já estava pronto, se impôs, escolheu dançar um fado em Portugal e pensávamos nós, tolas que somos, que este era o começo. Apenas obedecíamos ao chamado, ao compromisso assumido, acordado em sangue, pelo simples fato que, como Lilith, somos Lua Mulher, e dissemos sim, achando que escolhíamos quando apenas obedecíamos.
Linda Lilith, hoje se desnuda e recebe a cada um que a procura aqui, e a cada um se mostra na cor do encontro único. E neste desnudar que tanto mostra, pouco se revela, pois a face negra lá está. Mas isso eu já tinha prevenido: são coisas da Lua.

                                                         Lídia Dantas










Tela: John Collier